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Série: Estações Metrô-Poéticas

Criações 2024

Esta série, ainda em desenvolvimento, entrelaça os nomes das estações de metrôs e trens da cidade de São Paulo, criando uma narrativa única para cada linha. O objetivo é transformar o metrô em um lugar significativo, contrário ao conceito de não-lugar, tornando-o um espaço criativo e emocionalmente rico, mais do que apenas um ponto de passagem no cotidiano dos usuários.

Livretinho Composição

LINHA VERMELHA _______________ São Paulo

Texto: 

Escrevo  da  BARRA mais  FUNDA desse semi-rio, desta megafone-cidade,  desta var(não)anda,  deste sol que não encontra mais tantos horizontes

Falo  de longe do  MARE desejo uma CHALana para fluir e tirar com as mãos muito do que boia e que se all_cansa; enquanto isso, não consigo mais dizer por aqui TE amO e nem  te  aDORO, preciso de um além-paraíso descanso para esses termos-ação

Não sou católica, mas caótica levo para todos os cantos uma SANTA no bolso e me apresento: "prazer, sou uma das CECÍLIAs, só que das profanas"

Com todo REspeito aos outros passos-crenças, por praças PÚBLICAs eu descasco meu andar; umas vezes com cautela, outras não me deem ser_mãos

Espantando a AN(han?)GA* saltito com um vestido florido e um batom passado, roxo borrado, retirados do BAÚ empoeirado de manchas de vida: bicarbonato, limão, vinagre, tudo e mais um pouco  parece não adiantar (*mau olhado em Pernambuco)

 

Vou canta_ornando a vida e questi_ornando a morte: SErá que conseguiremos sobreviver tão des(quem são)humanos? sem tirar dos olhos inocentes dos animais a fuligem já espalhada?

Sim, estaria mentindo se disser que aqueles PEDROs sumirão rápido com o mormaço dos banhos tomados, mas afirmo que conto os SEGUNDOs para lhes ver eternamente guardados nas gavetas da história, apenas como uma carta antiga terrível, memória a ser revisitada para lembrarmos do que foi...

Decidi hoje  que irei  por todo o BRASil. Só, encontr_e_ando algum lugar que ainda haja mais solo brilhante do que joaninhas mortas e que os diamantes sejam desapropriados dos pescoços mafi_ó_cios

Em cada lugar BREveS SERes verei e serei, observando de perto o voltar das pessoas para CASA, fazendo da minha provisória; conhecerei o boteco simples mais aconchegante a qualquer ser, e escreverei na porta do banheiro “aqui-bem-estive” (*Mooca: palavra indígena, fazer casa)

Está certo no acaso que pousarei as nadadeiras uns dias a mais em BELÉM, pois de fato quero e preciso ter um norte mais úmido para brotar o cri_ativo

TATUArei em meus s: dança ser_ia vida

Quando sentir que for a hora, comprarei um CARRÃO velho bom de tranca e ladeira para continuar essa caminhada sentada mirando o pastar-passar das vacas e bois nas estradas

Descerei dele para ir a pé às mais diversas e altas PENHAs, calejando a visão, deixando prosas construindo versos

Haverei de passar um tempo a mais também em uma bela VILA - para parir minha nenê - e a chamarei MATILDE, a criança reluzente que tocará flauta doce para as cabras

Receberei uma mensagem de GUILHERMINA, a taróloga amiga, dizendo que minhas cartas reluzem ESPERANÇA

Ela também dirá que serei uma boa e sábia PAMATRIARCA

Direi-a que logo voltarei junto com os carcarás do AR, quando já estiver cansada dessa TOUR, falando aos quatro cantos ALto: enfim para restar eu VIM

eITA, desengano de vida como te QUERo, Atraca em mim algas e corais para eu formar meu recife, deleita meus caninos com o gosto de morangos silvestres

LINHA AZUL _______________ São Paulo

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Texto: 

Lúcia me pediu para fazer um JABA do trampo dela na nossa rua. Acatei, mas eu parecia uma taQUARA rachada anunciando, já que meu negócio sempre foi escrito

Então chegou a CONCEIÇÃO da casa 202 para saber mais do que se tratava

Expliquei-a que dois mais dois para mim SÃO 4, e eu preciso. Ela ficou nervosa dizendo que eu era o JUDAS da rua, pois ela vendia marmita ali antes

Para eu manter minha SAÚDE mental, resolvi que não iria fazer mais nada para ninguém e fechei a porta

Um dia, passei ali na  PRAÇA no final da rua e estava todo mundo em volta da ÁRVORE olhando para mim

Sei que não sou SANTA, mas não precisam fazer minha CRUZ, pensei

Todo mundo da VILA, então, depois desse dia, me olhava torto: MARIANA, Conceição e toda a fofocaiada

Minha última esperança era ANA, a velhinha simpática que cuida sempre de todo tipo de ROSA na frente de sua casa

Bati na casa dela e atendeu o marido dela, perguntando se estava no PARAÍSO, pois via um anjo

Cansada dessas, não respondi e disse que vim VER Ana, então, ele disse que ela tinha ido no açouGUEIRO  com o namorado

Não sabia se ele estava muito SÃO, dei xau e fui até a esquina na loja, e não entrei, pois não gosto de ver carne pendurada; o Sr. JOAQUIM disse feliz: depois de anos quer comprar uma carne, senhora?

Sra. Ana não estava lá, mas encontrei com o Takeda que tinha voltado do JAPÃO e não é que ele me vira o rosto e fala baixinho: me LIBERta de todo mal, amém! Que malDADE!

rá que todos estão contra mim? Só por que quis ganhar um dinheirinho necessário? E a Lúcia que foi a real mandante?

 

Fui saber. SÃO 17 horas e vou então bater na casa de Lúcia e atendeu seu filho BENTO todo cheio de farinha na roupa, no rosto

Perguntei ao filho sobre a mãe e ele me respondeu outra coisa, que estava assim todo sujo, pois faltava LUZ em sua casa, mas ele queria mesmo assim fazer um bolo

Teci um breve comentário, novamente, perguntei sobre Lúcia e ele enfim respondeu que ela tinha ido TIRAr o DENTE que estava doendo

Resolvi então ficar ali na frente para tomar um AR, logo comecei a ME sentir mal, com os pensamentos de desarmoNIA e o sol forte

Avisto a PORTUGUESA mulher do açougueiro vindo na minha direção, ela passa por mim resmungando dizendo que ali tá mais sujo que o Tietê

Eu me impressiono com a CARA de  pau dela de falar assim comigo, então me defeNDI dizendo que ninguém ali naquela RUa era flor que se cheire

Ela começa a rezar, SANTA maria mãe de deus, rogai por nós e eu disse que eu ia rogar uma praga NAquela rua mesmo se todo mundo ficasse contra mim

Acreditando que eu era bruxona, pois meu JARDIM não mentia, toda SÃO PAULO saberia, resolveram arregar

Organizei uma PARADA de uma pessoa só, começando a me manifestar, disse tudo que tava travado na garganta, na rua, a INGLESA da casa 15 quis se juntar

"TUdo" mundo saiu com o CU  na mão, e a RUa passou a respeitar as difereças. VI até o açogueiro depois dizer que animal também sofria.

LINHA VERDE_______________ São Paulo (em processo)

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